por Edit Posts | maio 31, 2022 | Agenda
Diego Zaranza é arquiteto e coordenador de Patrimônio da Secultfor
Uma importante etapa antecede o início da primeira licitação das obras de restauro das Caixas d’Água do Benfica. Até julho próximo, a Cagece irá entregar, oficialmente, o projeto arquitetônico básico e demais relatórios obrigatórios como prospecção e mapa de danos, à Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor).
Conversamos com Diego Zaranza, coordenador de Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor, sobre as expectativas em torno do projeto. Confira!
Diário do Restauro – A Cagece está preparando o Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica para posterior avaliação da Coordenação do Patrimônio Histórico e do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (COMPHIC). Como a Secultfor tem se preparado para o recebimento desse material?
Diego Zaranza – A Secultfor está ansiosa para compartilhar o projeto com os membros do COMPHIC, entidade maior do patrimônio histórico-cultural de nossa cidade, e logo mais termos esse projeto executado e transformando parte da região do Centro. Apesar da expectativa, o projeto não é uma novidade para a equipe da Coordenação de Patrimônio Histórico-Cultural (CPHC), pois a equipe técnica da Cagece tem estado em contato direto, desde os primeiros passos do projeto, com o corpo técnico da CPHC.
DR – Existe, por parte da população em geral, dúvidas sobre o processo de tombamento do conjunto arquitetônico das Caixas d’Água do Benfica. Como está a situação hoje na Secultfor sobre o avanço desse processo?
DZ – O desenvolvimento do projeto arquitetônico pela Cagece proporcionou dados e pesquisas que foram fundamentais para dar prosseguimento aos estudos que culminam na instrução de tombamento de um Bem. Assim, em breve, a minuta da instrução de tombamento das Caixas d’água do Benfica será levada para que o COMPHIC possa deliberar.
DR – Quais são os critérios que você considera essenciais para que o projeto de restauro esteja adequado à legislação referente ao tombamento?
DZ – Primeiro a busca pela conservação e respeito pela história do Bem, isso podemos ver que foi priorizado a todo momento. Além disso, não podemos esquecer a modenatura que cerca o imóvel. Um bom projeto arquitetônico deve levar em consideração os impactos e transformações advindas da dinâmica urbana a qual está inserida.
DR – Além do restauro, a Cagece deve investir em melhorias urbanísticas do entorno das Caixas d’Água do Benfica. Como você vê a necessidade de um programa de uso para o local e como isso poderá beneficiar outros equipamentos públicos e culturais?
DZ – Diagnosticar como o Bem se comporta na malha urbana é o primeiro passo para que seu uso tenha uma boa aceitação. Ressalto que acredito que o uso dado a um Bem histórico pode ser a melhor forma de preservação que existe. Um programa será fundamental para a proposta, a qual a Cagece está desenhando, e para vários equipamentos que estão ali perto, como: Centro Cultural Casa do Barão de Camocim, Faculdade de Direito, Praça da Bandeira e até mesmo o Instituto Dr. José Frota (IJF).
DR – Existem outros bens com proteção de tombamento em Fortaleza? Quais?
DZ – Sim, atualmente temos um total de 103 Bens acautelados de alguma maneira, sendo 57 no Centro. Esses dados podem ser encontrados através do site da Secultfor.
*Diego Zaranza é mestrando em Arquitetura e Urbanismo pela Universitat de Barcelona e MBA em Gerenciamento de Obras. Formado desde 2010, pela Universidade de Fortaleza, o arquiteto conta também com especialização em Inspeção predial, iluminação e outros. Ingressou no segmento de patrimônio histórico-cultural em 2018 e participou analisando e auxiliando no desenvolvimento de projetos de restauro.
por Edit Posts | abr 20, 2022 | Agenda
Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica deu mais um passo. Foi a vez de apresentar detalhes do projeto ao secretário municipal de Cultura, Elpídio Nogueira.
As arquitetas Beatriz Chaves e Marina Xavier, que assinam a proposta da Cagece para restaurar o conjunto arquitetônico, contextualizaram sobre a forma como o projeto está sendo desenvolvido: com a potência da escuta a partir do diálogo entre as partes impactadas e os órgãos públicos essenciais para que o projeto seja implementado de forma plena, para o benefício da cidade. “A Cagece tem nos dado condições de trabalhar um projeto tão especial da forma mais correta possível do ponto de vista do patrimônio. Então tem sido tudo cuidado com muita atenção”, diz Marina Xavier.
Pedro Esdras, Beatriz Chaves, Marina Xavier e Dalila Menezes durante a apresentação do projeto para a Secultfor
Além da maquete eletrônica, o secretário teve acesso a imagens exclusivas do projeto, que é todo respaldado pelas Cartas Patrimoniais, de reconhecimento internacional, conforme explica Beatriz. “Estamos dispostas a continuar dialogando para que ao final seja entregue a cidade o melhor projeto possível.
Elpídio Nogueira destacou a importância do projeto para a cidade, em especial para o Centro, e sinalizou que o tema será tratado com prioridade na Seculfor.
Também participaram da reunião a assessora de Projetos em Comunicação da Cagece, Dal Pires, e Pedro Esdras e Dalila Menezes, do Instituto de Planejamento de Fortaleza, órgão que tem trabalhado as articulações entre as partes e colaborado para que todas as fases do projeto estejam dentro d.
Pela Secultfor, participaram, além do secretário, o chefe de gabinete Pedro Ivo e o arquiteto Diego Zaranza, coordenador do Patrimônio Histórico-Cultural, área que irá receber, em junho, o projeto básico para análises referentes ao cumprimento das exigências de patrimônio.