Direitos humanos é pauta prévia do projeto de restauro

Direitos humanos é pauta prévia do projeto de restauro

Um projeto como de Restauro das Caixas d’Água exige mais do que boas práticas de arquitetura patrimonial. Exige, entre outras coisas, atenção ao que deveria ser básico, como o cuidado com as pessoas, mas que nem sempre possui uma saída simples.

É o caso das pessoas em situação de rua que praticamente vivem na Praça da Bandeira e entorno. Se você passar por lá hoje, certamente vai ver gente se alimentando, estendendo roupas e dormindo na praça. O local abriga o projeto Higiene Cidadã,

O que poderia passar como uma cena do cotidiano das grandes metrópoles, a Cagece tem tratado como um pilar relevante para avançar com o projeto. “Tivemos, até o momento, duas reuniões com a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS). A primeira, virtual, ainda no auge da pandemia, com a coordenadora da Assistência Social da SDHDS, Márcia Nogueira, onde explicamos a proposta da Cagece para a integração entre Caixas d’Água e Praça da Bandeira, além da importância da secretaria agir de forma planejada para que as pessoas que hoje vivem na praça seja tratadas com dignidade durante o processo”, explica Dal Pires, assessora de Projetos em Comunicação da Cagece.

Na Praça da Bandeira a prefeitura implementou, durante a pandemia, o Espaço Higiene Cidadã, onde as pessoas em situação de rua tomam banho em uma estrutura de contêiner e acabam fazendo outras atividades do dia a dia como lavar e secar roupas, além de fazerem duas refeições fornecidas pela Prefeitura no local.

A segunda reunião, presencial, foi com o atual secretário de Direitos Humanos, Ilário Marques. Além da Cagece, o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) também participou.

Pedro Esdras e Beatriz Chaves com o secretário Ilário Marques e equipe.

 

De acordo com Beatriz Chaves, uma das arquitetas que assina o projeto, o secretário propôs que com a reforma da praça, que deve acontecer em uma segunda etapa, sejam feitos banheiros mais equipados, que teriam a gestão da SDHDS, mas com arquitetura fixa voltados para o público em geral. Eliminou na futura reforma o apoio dado hoje para a alimentação. “Prometemos incluí-los no processo de criação do projeto da Praça da Bandeira e analisar tais necessidades”, pontua Beatriz destacando que a questão é mais complexa.

Pedro Esdras, diretor de Planejamento do Iplanfor, o órgão dará todo o apoio necessário para que a SDHDS realize as adequações do Higiene Cidadã, com instalações e local mais adequados, dentro de uma visão social ampliada para benefício de todos.