Passeio e memória: saiba mais da reforma de 94

A equipe do Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica convidou Adolfo Marinho,  secretário de governo da época da última reforma feita no local. O objetivo do encontro é a valorização da história.

Para saber como foi, aperta o play no vídeo:

 

 

ERRAMOS: No vídeo, falamos do engenheiro Raimundo Calixto – e não Cartaxo como está no off.

 

Entrevista com Diego Zaranza

Entrevista com Diego Zaranza

Diego Zaranza é arquiteto e coordenador de Patrimônio da Secultfor

 

Uma importante etapa antecede o início da primeira licitação das obras de restauro das Caixas d’Água do Benfica. Até julho próximo, a Cagece irá entregar, oficialmente, o projeto arquitetônico básico e demais relatórios obrigatórios como prospecção e mapa de danos, à Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor).

Conversamos com Diego Zaranza, coordenador de Patrimônio Histórico-Cultural da Secultfor, sobre as expectativas em torno do projeto. Confira!

Diário do RestauroA Cagece está preparando o Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica para posterior avaliação da Coordenação do Patrimônio Histórico e do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (COMPHIC). Como a Secultfor tem se preparado para o recebimento desse material?

Diego Zaranza – A Secultfor está ansiosa para compartilhar o projeto com os membros do COMPHIC, entidade maior do patrimônio histórico-cultural de nossa cidade, e logo mais termos esse projeto executado e transformando parte da região do Centro. Apesar da expectativa, o projeto não é uma novidade para a equipe da Coordenação de Patrimônio Histórico-Cultural (CPHC), pois a equipe técnica da Cagece tem estado em contato direto, desde os primeiros passos do projeto, com o corpo técnico da CPHC.

DR – Existe, por parte da população em geral, dúvidas sobre o processo de tombamento do conjunto arquitetônico das Caixas d’Água do Benfica. Como está a situação hoje na Secultfor sobre o avanço desse processo?

DZ – O desenvolvimento do projeto arquitetônico pela Cagece proporcionou dados e pesquisas que foram fundamentais para dar prosseguimento aos estudos que culminam na instrução de tombamento de um Bem. Assim, em breve, a minuta da instrução de tombamento das Caixas d’água do Benfica será levada para que o COMPHIC possa deliberar.

DR – Quais são os critérios que você considera essenciais para que o projeto de restauro esteja adequado à legislação referente ao tombamento?

DZ – Primeiro a busca pela conservação e respeito pela história do Bem, isso podemos ver que foi priorizado a todo momento. Além disso, não podemos esquecer a modenatura que cerca o imóvel. Um bom projeto arquitetônico deve levar em consideração os impactos e transformações advindas da dinâmica urbana a qual está inserida.

DR – Além do restauro, a Cagece deve investir em melhorias urbanísticas do entorno das Caixas d’Água do Benfica. Como você vê a necessidade de um programa de uso para o local e como isso poderá beneficiar outros equipamentos públicos e culturais?

DZ – Diagnosticar como o Bem se comporta na malha urbana é o primeiro passo para que seu uso tenha uma boa aceitação. Ressalto que acredito que o uso dado a um Bem histórico pode ser a melhor forma de preservação que existe. Um programa será fundamental para a proposta, a qual a Cagece está desenhando, e para vários equipamentos que estão ali perto, como: Centro Cultural Casa do Barão de Camocim, Faculdade de Direito, Praça da Bandeira e até mesmo o Instituto Dr. José Frota (IJF).

DR – Existem outros bens com proteção de tombamento em Fortaleza? Quais?

DZ – Sim, atualmente temos um total de 103 Bens acautelados de alguma maneira, sendo 57 no Centro. Esses dados podem ser encontrados através do site da Secultfor.

*Diego Zaranza é mestrando em Arquitetura e Urbanismo pela Universitat de Barcelona e MBA em Gerenciamento de Obras. Formado desde 2010, pela Universidade de Fortaleza, o arquiteto conta também com especialização em Inspeção predial, iluminação e outros. Ingressou no segmento de patrimônio histórico-cultural em 2018 e participou analisando e auxiliando no desenvolvimento de projetos de restauro.

Projeto luminotécnico terá foco em economia e eficiência

Projeto luminotécnico terá foco em economia e eficiência

As arquitetas Beatriz Chaves e Marina Xavier em reunião sobre o projeto luminotécnico

 

A Cagece deu mais um passo no Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica. Foi a vez da equpe trocar ideias sobre  o projeto luminotécnico para a área a ser beneficiada com os novos usos do espaço após conclusão das obras. Além de destacar o conjunto arquitetônico restaurado, a iluminação é importante também para aumentar a sensação de segurança dos visitantes no período da noite.

A Cagece convidou Beatriz Mapurunga, da Cenário Consultoria, para uma conversa inicial de alinhamento sobre a melhor forma de trabalhar para melhores resultados. “O projeto busca as melhores alternativas para uso adequado dos recursos, como energia. Então, o projeto luminotécnico deve ser adequado do ponto de vista da sustentabilidade”, pontuou Marina Xavier, uma das arquitetas que assina o projeto da Cagece.

Beatriz Mapurunga, por sua vez, contextualizou o interesse de executar projetos em espaços público, destacando ainda a importância de pensar materiais que tenham qualidade e sejam de fácil manutenção.

A Cagece ainda não fechou a escolha da empresa que fará o projeto luminotécnico, tendo em vista que precisa levar em consideração propostas de diferentes fornecedores, além da atenção aos preços dos serviços contratos. Mas já foi um bom começo.

 

Prefeitura e UFC avançam em negociação para preservar projeto

Prefeitura e UFC avançam em negociação para preservar projeto

Uma segunda reunião entre o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Cagece e Universidade Federal do Ceará (UFC) arrefeceu o impasse em relação a incorporação ao Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica, da área utilizada como estacionamento dos alunos da Faculdade de Direito (Fadir).

Conforme encaminhamento da reunião do último 5 de maio, o Iplanfor apresentou uma alternativa para preservar a proposta da Cagece para o restauro e urbanização do entorno – que tem como premissa acessibilidade e novos usos do espaço público para requalificação aquela área do Centro.

A alternativa apresentada pelo órgão de planejamento visa ainda solucionar a carência de salas de aula para cursos de pós-graduação do Direito assim como ampliar as vagas de estacionamento da faculdade por meio de um estacionamento subterrâneo a ser construído no terreno do novo bloco.

Pedro Esdras, diretor de Planejamento do Iplanfor, apresentou o estudo realizado pelo instituto com o demonstrativo dos imóveis, área de interesse e valor estimado das desapropriações. A UFC foi informada ainda sobre que tipos de construções são viáveis para o local – como, no máximo, quatro andares, além de outros cuidados referentes à área de interesse do patrimônio histórico de Fortaleza, como a Casa do Barão de Camocim e as próprias Caixas d’Água do Benfica.

Pedro Esdras, diretor de Planejamento do Iplanfor, apresentou uma alternativa para preservar o projeto de restauro e urbanização das Caixas d’Água do Benfica e entorno

A alternativa apresentada pelo Iplanfor atendeu às expectativas da UFC, tendo em vista que poderá solucionar um problema já vivenciado pela Fadir há muitos anos. Como encaminhamento, a UFC irá desenvolver, por meio da Superintendência de Infraestrutura da universidade, o desenho do novo bloco do Direito, que deverá ser apresentado a deputados e senadores com a finalidade de captar recursos para o que seria um divisor de águas para a Fadir. O superintendente do Iplanfor e vice prefeito de Fortaleza, Elcio Batista irá conduzir as negociações futuras com a instituição.

Acesse o aqui o estudo apresentado pelo Iplanfor.

Unichristus recebe arquitetas do projeto

Unichristus recebe arquitetas do projeto

Para avançar no Projeto de Restauro das Caixas d’Água do Benfica, a Cagece tem estimulado a discussão em diferentes espaços. A ideia é que a sociedade conheça bem a proposta e se aproprie do potencial que enxergamos para o conjunto arquitetônico que ajuda a contar a história do saneamento no Ceará.

Na quarta-feira, 11, foi a vez dos alunos de arquitetura do Centro Universitário Christus (Unichristus) conhecerem a proposta da Cagece. As arquitetas Marina Xavier e Beatriz Chaves participaram, de forma virtual, de uma aula a convite da professora Júlia Myazaki e contou com a presenta da também professora Clarissa Salomoni.

Um dos pontos tratados foi em relação à transparência das etapas e ao processo de escuta que a Cagece está fazendo no site do projeto. “Não existe o hábito, em Fortaleza, de discussão de projeto, mas isso é exatamente o que a gente quer desenvolver”, pontua Marina.

Os alunos tiveram acesso à informações sobre relatórios e outros documentos essenciais para uma futura aprovação do projeto. “Falamos da importância de ter relatórios de prospecção para fundamentar o Projeto de Restauro”, contextualizou Beatriz, complementando que a equipe da CAL Restauro está desenvolvendo esse trabalho prévio. “Reforçamos o prazer que é para nós, arquitetas, poder apresentar o projeto no meio acadêmico”.

As arquitetas Marina Xavier e Beatriz Chaves em encontro virtual com alunos de arquitetura